Na semana passada eu encerrei o post, falando de uma homenagem que o meu ruivo, Nando Reis, fez pra Cássia Eller… na música All Star… O poema de hoje, traz a Cássia, ou seja uma música que se imortalizou (eu gosto disso) na voz dela… Malandragem… letra de Cazuza e Frejat.
A leitura foi por conta da Francielle Gambetta, que agradeço de coração pela participação! ❤
Imprecisão
Eu sou poeta e não aprendi a amar…
Eu sou poeta – dizem –
E não aprendi a ser amada.
Dizem que isso também se aprende
Quem pode dizer…
Sei que poderia formar parte da Quadrilha drummondiana
Na qual estaria mais perdida que J. Pinto Fernandes
Aquele que nem tinha entrado na história.
Gauche que sou
Nesse jeito torto
Que Deus (?) me deu
Me deu foi a zica
Azar no jogo
Azar no amor
Sorte no azar
De amores não correspondidos
Os amores de correspondência
Os que nos faltou paciência
Os que não existiram
Nessa desordem
Pairam as desilusões
Construídas ao passo de minutos
Desmoronadas ao toque do tambor
Escura me faço solitária
Num emaranhado de emoções desconectas
Desperdiço histórias românticas
Assistindo filmes que mostram como poderia ter sido
Ilusões se desfazem antes mesmo de existirem
Se me sorvo em pessimismo a cada novo embate
Na queda e nadando em restos acho um caminho
Otimista em bipolaridade
Efusiva, construo amores com facilidade
E a espera assim se faz eterna
Até que tantos tapas e tantas quedas
Me fazem forte e resistente a tempestades
Esperando a brisa leve dos teus abraços
Esse alguém sem rosto e com tantas histórias
Prontas para serem vividas e em breve lamentadas.
Pra encerrar, essa versão em que ela se apresenta com o Frejat, em uma entrega de prêmio, em 1998.